terça-feira, 3 de junho de 2008

A Ressurreição do Nirvana?


Por Pedro Ivo

A primeira impressão que passa quando se escuta o novo disco do Puddle of Mudd é de que o Nirvana renasceu das cinzas. Tamanha a semelhança entre as duas bandas em alguns momentos. Mas, com um pouco de atenção, percebe-se que o Puddle of Mudd tem seu som próprio, e não é uma fotocópia da banda do falecido Kurt Cobain.

A banda, formada no Kansas em 1993, estourou em 2001 com o disco "Come Clean", que logo de cara foi comparado com grandes nomes do estilo "grunge" como Pearl Jam e o próprio Nirvana. Também pudera: o vocalista, Wes Scantlin, além de ter a voz muito parecida com a de Kurt Cobain, fisicamente lembra muito o ídolo póstumo de tantos adolescentes dos anos 1990. A semelhança entre as duas bandas não vão muito além das vozes e da sonoridade, pois há grande diferença nas letras.

Enquanto o Nirvana fazia letras sem nexo ou que falavam da mente perturbada de seu vocalista, o Puddle of Mudd cria letras que fazem o ouvinte refletir. E é exatamente nesse quesito que a banda do Kansas mais variou em "Famous", lançado em 2007, e com certeza o disco mais inovador da carreira da banda.

Logo na primeira música, homônima, percebe-se claramente a menção à vida de uma pessoa famosa. Segue-se então com as guitarras fortes e impactantes de "Livin' on Borrowed Time", e no decorrer do disco nota-se que a banda variou mais o repertório, ao colocar algumas músicas com ritmo mais lento (como a diferente "It Was Faith", que fala sobre a influência da fé num relacionamento). E ao incluir até algumas baladas que poderiam muito bem fazer parte da trilha sonora de um seriado americano, como "We Don't Have to Look Back Now", "Thinking About You", "Moonshine" e canções de amor mais reflexivas, como "If I Could Love You". O estilo agressivo ainda é mantido em faixas como "Merry Go Round", "I'm So Sure", "Psycho" e as duas primeiras citadas anteriormente.

"Famous" é, de certeza, um disco que mostra a inovação da banda sem perder o estilo de sempre ou suas influências. No geral, um álbum muito bom.

2 comentários:

Kadydja Albuquerque disse...

Gostei da sua resenha, Pedro. Você leva jeito. ;-) Depois mande uma lista com blogs interessantes sobre música para colocarmos na lista de links. Afinal, música tbm é comunicação, não é mesmo?

Anônimo disse...

Já tem um bom tempo que não escuto mais este tipo de som. Mas confesso que depois de ler sua resenha, deu vontade de ouvir o cd.

Se a banda for uma 'ressurreição' do Nirvana, só espero que não tenha o mesmo fim.