sexta-feira, 13 de junho de 2008

Orquestra Sinfônica de Sergipe: redirecionamento cultural

Por Marianne Heinisch
Inovação parece ser a palavra certa para definir o momento atual da Orquestra Sinfônica de Sergipe. Na segunda versão da Temporada Anual de Concertos, o regente Guilherme Mannis promove o intercâmbio cultural freqüente entre solistas e regentes com destaque nacional e internacional.
Mannis, que assumiu o posto em 2006, também aperfeiçoou e capacitou os músicos da ORSSE, detalhe facilmente notável para quem vem acompanhando os concertos da orquestra ao longo dos anos. A unidade, a afinação e a dificuldade foram trabalhadas para melhorar a qualidade nas execuções musicais.
Com o apoio da Secretaria de Estado da Cultura, a Orquestra realizou concertos no Teatro Tobias Barreto, em cidades do interior e em locais públicos como parques e orla de Aracaju.
Uma das metas da Orquestra é conquistar e formar um novo público para a música erudita, além de atrair o público habitual. Contraditoriamente, as apresentações da ORSSE, apesar de múltiplas, são pouco divulgadas. Os concertos no teatro (que tem capacidade para 1.328 pessoas) não atingem a metade da sua capacidade; além disso, a freqüência é, na maioria, da elite aracajuana. Já que o grupo conta com o apoio da SEC, porque não investir na propaganda dos seus eventos?
Uma parte do objetivo está se concretizando: o projeto Sinfonia do Saber, iniciado ano passado, trouxe três mil jovens ao teatro, em concertos didáticos. A Orquestra Sinfônica de Sergipe está intensificando seus projetos educacionais e de interiorização.

4 comentários:

Natália Vasconcellos disse...

Só não inovam os salários dos músicos, o tratamento para com os mesmos, nem a divulgação.
E esteja certa de que também não é do interesse de seus dirigentes que a orquestra se popularize. O que justifica a baixa do público. Sabendo que o TTB já foi mais ocupado nos concertos da ORSSE em outras fases, em outras épocas.

Nada contra seu texto, muito menos contra você! Ao contrário, parabéns pela postagem sobre cultura 'erudita'.

Paulo disse...

Na verdade o pouco público se deve mais ao regente (que também ocupa o cargo de diretor artístico) da orquestra por insistir numa programação que empolga apenas a ele mesmo.

A SEC investe muito na orquestra pois contrata solistas internacionais para tocar com a orquestra, por exemplo o violinista italiano Emmanuele Baldini que esteve aqui em abril, mas o retorno para a população sergipana é mínimo.

Um violinista de nível internacional, contratado com dinheiro público, além de tocar na orquestra deveria também dar aulas (o que nós chamamos de masterclass)para os alunos do Conservatório. Seria uma forma de ampliar o conhecimento não apenas dos que ouvem música erudita mas também dos que estudam música erudita em Sergipe.

mari heinisch disse...

na verdade eu até ouvi "rumores" sobre a situação dos músicos da orquestra, o descontentamento e etc.
Mas minha primeira idéia sobre a matéria não era essa, então deixei um pouco de lado.. O que quis mostrar foi a evolução da orquestra, os concertos mensais e a contraditória falta de público para algo tão interessante e acessível para a população.
É realmente uma pena que não seja investido mais..

Paulo disse...

Músicos sergipanos qualificados foram exonerados pela direção da orquestra em 2007 e 2008. Atitudes como esta só prejudicam a imagem da ORSSE perante toda a sociedade sergipana, o que contribui também para o afastamento do público nos concertos da orquestra.