terça-feira, 3 de junho de 2008

Rastros da víbora

Por Ricardo Gomes

Já havia algum tempo que Assis Chateaubriand queria o sergipano Joel Silveira nos seus Diários Associados quando ele lhe apareceu na redação carioca da cadeia de imprensa, à rua Sacadura Cabral. "Seu Silveira, o sr. é um homem terrível. O sr. é uma víbora, seu Silveira. O sr. vai trabalhar comigo, seu Silveira". Chateaubriand não podia definir melhor o jornalista de ataque preciso como o de uma serpente. O apelido pegou.

Para quem não conhece a verve ofídica de Joel, a leitura de textos como "Eram assim os grã-finos em São Paulo" é indispensável. Também é recomendado "Rio", trecho do seu livro "Memórias de Alegria" disponibilizado no portal Releituras. Além de ser famoso por introduzir uma estética literária no jornalismo brasileiro, o homem viveu inúmeros episódios históricos. Diversas entrevistas suas podem ser encontradas na Internet, como esta publicada na Revista Imprensa, esta pela IstoÉ e uma outra da Revista AOL reproduzida pelo Observatório da Imprensa. A Folha de S. Paulo também colocou na web um depoimento que ele cedeu ao jornalista Gilberto Negreiros em 1979. Abaixo, fica um trecho do documentário "A cobra fumou", em que Silveira comenta a campanha da Força Expedicionária Brasileira na Segunda Guerra Mundial. O repórter cobriu o acontecimento por 9 meses e 11 dias.


Imagem: http://www.terra.com.br/istoe/1825/1825_vermelhas_02.htm

5 comentários:

Kadydja Albuquerque disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Kadydja Albuquerque disse...

Triste é que a maioria dos sergipanos não conhece o Joel Silveira - um dos maiores jornalistas deste país.

Acho que nós, profissionais e estudantes de Jornalismo, poderíamos fazer algo para divulgar mais o trabalho dele. Confesso que não sei o quê, mas me pego pensando... aceito sugestões!

Erick Souza disse...

Apenas tornar-lhe nome de ponte não é suficiente.
Valorizá-lo e transmitir sua história é de alguma forma também fazer com que nós, de uma nova geração de jonalistas, também sejamos minimamente lembrados e valorizados algum dia.

Anônimo disse...

Joel foi um talento indescritível. Uma pena poucos de nós, mesmo estudantes de jornalismo, desconhecermos mais desse 'gigante'. Mas cabe a nós, principalmente, imortalizá-lo!

Monique de Sá disse...

Muitos, também, só passaram a conhecer este sergipano após sua morte. O que resta é imortalizar seu nome em uma ponte? Não! Como a prof Kadydja disse, o que nos resta é divulgar seu trabalho.