sexta-feira, 6 de junho de 2008

Na batida do tecnobrega


Por Larissa Ferreira

Numa versão eletrônica da música brega dos anos 70 e 80, misturada com loops de bateria, efeitos sonoros, samples e rimas no estilo dos vocalistas de rap, o tecnobrega virou febre entre a juventude da periferia. E conquistou todo o Pará.

À medida que foi se modificando, o tecnobrega distanciou-se da música romântica tradicional e inventou músicas com velocidade de até 170 batidas por minuto e com quase nenhuma melodia. São uma mistura de samples e rimas, que aproximam o tecnobrega de gêneros como o jungle e o grime.

Em meio a todas essas inovações e versões estilizadas, ainda há uma versão mais lenta, o melody, estilo que se assemelha ao de Reginaldo Rossi, Carlos Alexandre e Odair José.

Nesse mundo de batidas fortes e letras com duplo sentido, a palavra de ordem é piratear. Os artistas desse novo brega não possuem contrato com gravadoras, não recolhem Ecad e as músicas não são protegidas por direitos autorais. O sucesso depende da pirataria, dos atravessadores e dos camelôs.

Se depois de ser ‘pirateadamente’ reconhecido e cair no gosto popular, o artista tem a sorte de poder tocar em festas de aparelhagem e se apresentar em galpões, terreiros e clubes de periferia.

Somente na Grande Belém existem cerca de 300 aparelhagens, que desde a década de 70 foram incorporando inovações tecnológicas, até transformar-se em ‘enormes paredes de som e luz, nos moldes dos soundsystems jamaicanos ou das equipes de som do funk carioca’.

Graças ao tecnobrega, artistas como o DJ Maluquinho (autor de canções como “Rubi” e “O Melô da Periquita”) e o galante Marlon Branco (criador do grande sucesso “Chupa Paula”), tornaram-se conhecidos e renomados.

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