terça-feira, 3 de junho de 2008

O lado racista do Sítio do Pica-pau Amarelo


Por Pedro Alves

Ano de 2228. Os Estados Unidos passa por um momento histórico: um negro se torna presidente do país pela primeira vez, derrotando um homem e uma mulher brancos. Esse é o contexto de O Presidente Negro, único romance escrito por Monteiro Lobato, e que agora está sendo reeditado pela editora Globo.

O livro foi originalmente publicado em 1926, em forma de folhetim, no diário carioca A Manhã, com o título O Choque das Raças. Só então em 1946 houve a transferência do título.

Até aí, nada de alarmante, não é mesmo? Mas o livro faz uma grande revelação aos amantes da Narizinho, do Pedrinho e de toda trupe do sítio do pica-pau amarelo. O Presidente Negro revela a simpatia do Lobato com a eugenia, teoria racista que pregava a pureza das raças. Sim meu caro, Lobato militava a favor do racismo, não só ele, mas vários outros intelectuais dos anos 20 e 30.

Em Os Sertões, de Euclides da Cunha, também nota-se a presença forte do racismo. No livro, Euclides reforça a idéia ao afirmar que a guerra de Canudos era o resultado de um processo de degeneração do homem: foi dele que emergiu a loucura de Antônio Conselheiro, e foi por causa dele que o fanatismo prosperou.

Ironia poética, nos tempos de agora.

* Confira na íntegra a matéria na Revista Bravo

4 comentários:

Díjna disse...

Muito boa a matéria!!
Gostei muito.
:) xeruu pedrão!

Monique de Sá disse...

Gostei do post, já sabia do lado negro ( se assim posso dizer) de Monteiro Lobato. Em "Reinações de Narizinho", há passagens que demonstram exemplos desse Lado racista de Lobato, principalmente da personagem Emília com Anastácia.

Anônimo disse...

Já sabia desse lado preconceituoso de Lobato, uma pena. Boa matéria!

Kadydja Albuquerque disse...

uma obra racista e, quem sabe, profética... ;-)