terça-feira, 17 de junho de 2008

Adeptos do Amor Livre!


Por Thiciane Araújo

AMOR LIVRE: é a liberdade de as pessoas poderem fazer sexo e/ou se relacionar com quem quiserem, independentemente de terem um parceiro fixo. Sem um compromisso como o casamento ou com uma só pessoa. Compromissos e obrigações são vistos como tipos de opressão e escravização que limitam o homem de viver sua liberdade amorosa e sexual.

Entre as heranças que os hippies dos anos 60 e 70 nos deixaram, a prática do amor livre é uma das mais usuais. Depois de a onda da revolução ‘Paz e Amor’ baixar, seus herdeiros continuaram disseminando essa prática. A diferença é que agora, isso não choca mais ninguém. É o popular "eu sou de todo mundo e todo mundo é meu também".

Para quem é adepto, um dos atrativos é não saber o que acontecerá com a relação. Os parceiros não sabem se amanhã surgirá uma outra pessoa e o interesse pelo outro a cada dia torna-se uma nova descoberta. As surpresas são constantes. Em sua teoria, essa forma de relacionamento não pressupõe um compromisso apenas sexual sem a preocupação com os sentimentos do(s) parceiro(s). Trata-se de amor livre e não sexo livre, mas isso na teoria.

Um exemplo que deu certo foi o do conhecido casal John Lennon e Yoko Ono, eles mantiveram um relacionamento fixo durante anos, chegaram a separar-se durante um período, até ‘perceberem’ que poderiam relacionar-se com outras pessoas e ainda assim estarem juntos. Porém, a prática do amor livre tem sido confundida e deturpada por alguns dos próprios praticantes. O estudante de turismo F. F., 23, afirma ser adepto do amor livre, entretanto, conta que já manteve casos extra-conjugais (sem o conhecimento da parceira) simplesmente pela atração física, sem cultivar sentimentos. Diz, porém, que hoje está “num momento monogâmico”, completa. Em casos como este, o amor livre acaba por justificar a superficialidade das relações.

Não sou contra à idéia da relação sem compromisso, mas não a chamaria de amor. O amor se constrói a cada dia, conhecendo e convivendo com os pontos negativos e positivos do parceiro e isso o relacionamento aberto não abarca. Acredito numa cumplicidade sem ressentimentos onde as partes, sejam duas ou mais pessoas, estejam devidamente esclarecidas e de acordo com a condição de desobrigação e isso exige grande maturidade. Essa é apenas uma gota em meio a todo um oceano de contextos e visões diferentes para a abordagem deste assunto. Vale a pena discuti-lo.


FONTES:
http://www.ainfos.ca/03/oct/ainfos00091.html
http://osabordaspalavras.blogs.sapo.pt/arquivo/133829.html

3 comentários:

Jeimy Remir disse...

Assunto intrigante e ao mesmo tempo bom de se discutir. Realmente, vale a pena proseá-lo. Muito bom, Thiciane!

Pedrão disse...

Acho que o debate do Amor Livre vai muito mais além, não é somente essa ideia que todos acreditam que é "pega geral".

Anônimo disse...

Que se menifestem todas as formas de amor, mas que manerem na safadeza! O problema é que o conceito de amor está deurpado, e aí se inventam essas 'modas'.

Talvez, neste caso de 'amor livre' seria mais cabível o termo 'atração livre', pois se não há compromisso algum, como um sentimento tão forte pode surgir? Muito bons o tema e o texto. ;)