quinta-feira, 31 de julho de 2008

Tragédia destrói família no interior de Sergipe



Por Lillian Costa

De acordo com informações da polícia local, uma criança de apenas 3 anos foi esfaqueada pelo próprio pai, que logo após cometeu suicídio na tentativa frustrada de assassinar também a esposa

A cidade de Itabaiana, à 58km de Aracaju (SE), acordou surpreendida e horrorizada na manhã de hoje, dia 31 de Julho. Por volta das seis horas, Márcio Lopes dos Santos, de 26 anos, assassinou a facada o próprio filho, Erick Brayner, de 3 anos de idade, e em seguida tentou matar a esposa de 33 anos, que recebeu um golpe de faca na mão, mas conseguiu fugir ao pular o muro do quintal da própria residência.

O jovem, em seguida, apunhalou em seu peito a mesma faca que matou o filho e cometeu o suicídio na frente de sua casa. Márcio Lopes ainda chegou ao hospital local com vida, mas não resistiu ao ferimento e faleceu com múltiplas paradas respiratórias algumas horas depois.

A polícia deve apurar os motivos do crime. Segundo familiares das vítimas, Márcio era uma homem calmo e a família não estava passando por sérias dificuldades financeiras, embora ele estivesse com problemas no emprego.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Hoje termina a quarta do riso no Coqueiral


Por Lillian Costa

Hoje, às 21hs, acontece a última apresentação da humorista das Alagoas, Zezilda. Com a RD Produções no desenvolvimento do projeto, o evento que aconteceu todas as quartas-feiras do mês de julho no bar Coqueiral, na Orla de Atalaia, foi sucesso de público em todos os dias.

Em ‘Alegria de pobre dura pouco’, a alagoana fez tanto sucesso que é de se esperar sua volta a Aracaju. Zezilda, em seu show, trás de forma divertida e escrachada a alma do povo brasileiro e seus percalços em busca de uma vida melhor. É uma boa retratação do povo brasileiro, seu dia-a-dia e sua luta diária em busca de melhores condições.

Zezilda é uma personagem criada há doze anos, e foi um recurso que o ator conseguiu para fazer teatro enquanto estudava. A pouca pretensão do ator foi frustrada a cada apresentação de rua, posteriores coberturas de eventos, algumas participações em peças teatrais, esquetes, e, por fim, o grande sonho realizado de ter a personagem num palco. Especialmente por que, Zezilda, se tornou a queridinha de Alagoas. Essa é uma retribuição de todo carinho que temos recebido de seu público.

terça-feira, 29 de julho de 2008

"Dr. Fantástico" revisitado

Por Ricardo Gomes

Está disponível no site do The Morning News um ensaio fotográfico sobre trabalho do artista Kristan Horton feito a partir do filme Dr. Fantástico (Dr. Strangelove or: How I Learned to Stop Worring and Love the Bomb, 1964), do diretor norte-americano Stanley Kubrick. O projeto, nomeado Dr. Strangelove Dr. Strangelove, recria meticulosamente quadros da película do realizador de Laranja Mecânica e Nascido para Matar através de objetos do dia-a-dia, como garfos, controles remotos e tubos de cola escolar. Uma das propostas da obra era relacionar a temática de Dr. Fantástico - a Guerra Fria - com o mundo cotidiano - e assim reciclar o assunto em novo impacto. Na página também pode ser acessada uma entrevista com Horton, em inglês.

Imagem: http://www.themorningnews.org/

Pingüins perdidos em Sergipe

Por Lillian Costa

O que fizeram esses pingüins chegarem até aqui? Segundo o veterinário do oceanário da capital, Eduardo Melo, eles pegaram uma corrente errada. Dos 10 que apareceram na costa do Estado (praia do Mosqueiro, Sarney, Pacatuba e Pirambu), apenas 3 sobreviveram.

“A espécie encontrada é a do pingüim de Magalhães, que normalmente habita a Patagônia, na Argentina.” disse o veterinário Eduardo Melo.

O erro em pegar a corrente, se dá devido a busca de alimentação destes animais, que acabam pegando correntes marítimas erradas e nadam mais de 5 mil quilômetros, chegam em terra fracos, sujos de petróleo, enroscados em redes de pescadores e poucos sobrevivem.

Não só em território sergipano, mas em quase todo o litoral brasileiro pode-se encontrar os pingüins. De janeiro até julho as maiores aparições foram na costa do sul do país.

Se tratados adequadamente, os pingüins que sobreviveram poderão voltar para o mar, é necessária a consciência das pessoas – “Muitas pessoas acabam levando as aves para casa e isso não deve ser feito. Outras também chegam a colocar os pingüins no gelo, o que também é errado. Não se deve lavar o animal, há produtos específicos para isso”, disse Muniz.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Balzaquiana de proveta

Por Michel de Oliveira
Imagem: finasintonia.blogspot.com
Balzaquiana refere-se a uma mulher de trinta anos, ou que aparente esta idade. O termo é uma alusão direta ao escritor francês Honoré de Balzac, autor do romance “Mulher de 30 anos”, no qual retrata os conflitos de Júlia d`Àiglemont, uma mulher mal casada, que tem consciência dos problemas que envolvem um matrimônio e que se vê esmagada pelos tabus da sociedade, principalmente quando se apaixona de verdade.

Subjetivos a parte, hoje é o aniversário da britânica Louise Brown, primeiro bebê de proveta, que celebra seu trigésimo aniversário. Ela nasceu no Hospital Geral de Oldham, no dia 25 de julho de 1978, após uma gestação gerada pela técnica de fertilização desenvolvida pela equipe dos cientistas Robert Edwards e Patrick Steptoe.

A técnica consiste na retirada de um óvulo que é fecundado em laboratório. Depois de formado o embrião é implantado no útero da mãe. Estimativas feitas pelo ICMART, instituto que monitora a reprodução assistida, calculam que cerca de 4 milhões de bebes já nasceram por esse método.

No dia 13 de janeiro de 2007 Louise Brown deu à luz em um parto normal. Espero que ela não tenha o mesmo destino de Júlia d`Àiglemont, e que seja bem resolvida. Ou que pelo menos não sofra da síndrome da mulher de trinta anos que vem afligindo a mulher moderna.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Pane no Orkut. Pane no Brasil

Por Diógenes de Souza
Imagem: Potal G1

O título pode ater soar meio exagerado, mas essa foi a impressão de quem leu as notícias sobre a pane do site de relacionamentos Orkut, no início da semana. Na noite de segunda, 21, e na madrugada de terça, 22, por quase nove horas o site ficou fora do ar devido a uma "manutenção temporária".

Segundo o Google, dono do serviço, era necessária uma reparação para resolver problemas técnicos. Sem detalhar o que houve, a empresa afirmou que alguns perfis estavam sendo afetados e por isso o site teve que sair do ar.

Vários usuários confirmaram a explicação, segundo alguns, no momento em que era feito o login, a página era redirecionada para a de outra pessoa, tendo acesso a todas as informações desta podendo, inclusive, modificar informações no cadastro e enviar recados aos amigos.

Os "orfãos do Orkut" manifestaram seu desânimo no Twitter, um serviço de microblogs que se encontra em expansão em todo o mundo.

Frases como "Parece que brasileiros estão comentando suicídio em massa porque não conseguem acessar o Orkut", denotavam, de uma forma humorada, o quanto nós - os maiores usuários do site - criamos uma dependência da rede social, tanto que a pane foi a pauta do dia (ou da noite) em grandes veículos de todo o Brasil.

Justmente essa dependência das redes sociais - e o impacto por elas causado - é criticada pelo psiquiatra inglês Himanshu Tyagi.

Segundo o pesquisador, a geração marcada por sites como Orkut e outros semelhantes (Facebook e MySpace) tende a ter crises de identidade pois, esses mundos virtuais são lugares "onde tudo se move depressa e muda o tempo todo, onde as relações são rapidamente descartadas pelo clique do mouse, onde se pode deletar o perfil que você não gosta e trocá-lo por uma identidade mais aceitável no piscar dos olhos".

Cara de um, acusações de outro.

Por Fernanda Carvalho
Imagem: site Kibeloko.com.br

O Jornalismo atual é uma atividade que está diretamente ligada a um quesito: tempo. A busca pelo furo jornalístico, pela “notícia fresquinha", e pelo "relato do agora", determina o ritmo frenético em que máquinas e pessoas são condicionadas nas Redações dos jornais.
Infelizmente essa correria (necessária), resulta, por vezes, em falhas nas edições dos periódicos. Em outros casos os erros são resultados não só da pressa, mas também da falta de atenção e de uma apuração adequada.
Foi o que ocorreu há três semanas com dois jornais: o Diário do Sul Bahia e o italiano La Stampa, que ao noticiar a prisão do banqueiro Daniel Dantas, divulgou a foto do ator global homônimo do dono do Opportunity.
Esse tipo de erro geralmente é ocasionado pela falta de uma verificação cautelosa dos fatos, ainda que muitas vezes tais fatos e a própria notícia já cheguem nas Redações "empacotadas", oriundas das Agências de Notícia. Nesse caso a falha consiste em puro descuido mesmo.
O ator, que no momento vive o vilão Natércio Prado na novela Ciranda de Pedra da Rede Globo, se preocupa com a repercussão negativa que a atrapalhada do jornal italiano pode vim ocasionar em sua imagem: “No começo, até achei graça. Mas depois pensei no prejuízo à minha imagem na Itália, onde ninguém me conhece”.

Que o La Stampa tenha cometido tal confusão ainda é aceitável, por se tratar de um veículo que está distante da realidade contextual brasileiras. Já a equipe do Diário do Sul Bahia deveria se lamentar por tamanha distração.

Eu poderia citar aqui o manjado “Errar é humano”, em defesa dos dois periódicos citados acima, mas assumindo uma postura mais neutra e continuando na linha das velhas frases feitas, finalizarei com um ditado não menos saturado que o primeiro:“A pressa é inimiga da perfeição”, e como se pôde perceber, da atenção também.

terça-feira, 22 de julho de 2008

O Doutor do Baião

Por Yasmin Barreto

O Museu de Arte Moderna de Nova Iorque, MoMA, promove a sexta edição do Premiere Brazil (de 17 a 31 de julho), que leva até o público novaiorquino as novidades do cinema brasileiro. Um desses filmes é “O homem que engarrafava nuvens”, dirigido por Lírio Ferreira (o mesmo que dirigiu Cartola),ainda inédito do Brasil.

O filme é baseado na história de Humberto Teixeira, parceiro de Luiz Gonzaga em composições como Asa Branca, Juazeiro e Assum Preto. O roteiro foi escrito por sua filha, Denise Dumont, que disse no último domingo, ao programa Manhattan Connection (exibido no canal pago Gnt), que escreveu esse filme por estar preocupada assistindo a figura do seu pai caindo no esquecimento. Humberto Teixeira era conhecido como o “doutor do baião”, pois era formado em direito e ajudou Luiz Gonzaga, o rei do baião, a difundir esse gênero musical pelo mundo.

O Premiere Brazil também leva a Nova Iorque filmes já exibidos no Brasil, como “Estômago”, de Marcos Jorge, “Saneamento Básico”, de Jorge Furtado, “Meu nome não é Johnny”, de Mauro Lima e “Os Desafinados”, de Walter Lima Júnior.

Alguém viu a imparcialidade?

Por Victor Oliveira
Nos cursos de jornalismo o que se estuda muito é a preocupação que o jornalista deve ter em apurar com fontes distintas um mesmo fato. A famosa imparcialidade jornalística. Com isso o texto do periódico apresenta um caráter neutro para que o leitor aguce suas próprias opiniões. No entanto, parece até utopia discutir imparcialidade no jornalismo de hoje. Algo que comprova isso é a cobertura que esta sendo feita da eleição presidencial norte-americana 2008.

Enquanto Barack Obama, candidato do Partido Democrata, tem uma visível relevância em algumas notas jornalísticas, John McCain, do Partido Republicano, passa desapercebido por vários jornais. Um exemplo disso foi uma visita feita por Obama ao Oriente médio que efervesceu os jornais mais importantes de lá. E McCain?Também esteve no Iraque. Entretanto, alguns lembram de sua visita. Já os jornais de lá... Onde está a reconhecida imparcialidade desses jornais? Será que a linha editorial desses veículos é tão dura que os jornalistas sentem-se pressionados a direcionar suas atenções a um candidato?

É leitor, manter um jornal imparcial está difícil. A jornalista Luciana Lima Dittz no seu texto "A imparcialidade não existe" diz que "Infelizmente, o jornalista é aquele que aprendeu a ser ético até o ponto em que a imagem do veículo no qual trabalha não seja prejudicada. Se sair da linha, não se encaixa no perfil da empresa. Ordens são ordens." Será que essa afirmação justificaria a possível "preguiça" que os jornalistas estão tendo em exercer a sua imparcialidade?

Para ler a matéria completa sobre a cobertura jornalística norte-americana 2008 é só clicar aqui.

Miríade de vagas

Por Iuri Max

Quem sabe o que é ciência atuarial levante a mão. Precisamos saber logo. Afinal, ano que vem já teremos calouros da tal ciência na UFS. Espero que muita gente já conheça, e também se interesse, afinal, serão 50 vagas oferecidas no próximo vestibular.

Vamos à definição: “A Ciência Atuarial é uma ciência que aplica técnicas específicas à análise de riscos e expectativas, principalmente na administração de seguros e fundos de pensão”. Disseram-me recentemente para ser menos agressivo nas minhas colocações. Mas, respaldado na informalidade “blogueira”, me atrevo: qual a finalidade? Não questiono o curso em si. Mas 50 vagas?

Esta foi a mesma dúvida há dois anos, quando foram implantados 19 cursos na UFS. Quero deixar claro apóio a iniciativa, todos são cursos válidos. Questiono o volume. 50 vagas para cursos como Museologia e Engenharia de Pesca são verdadeiras pérolas. Há mercado de trabalho? Espero que sim. Caso contrário, estaremos investindo na exportação de estudantes.

No vestibular deste ano serão sete novos cursos oferecidos. São eles: Relações Internacionais, Engenharia Elétrica (com habilitação em Eletrotécnica), duas habilitações da área de Comunicação Social: Publicidade e Propaganda e Audiovisual, Engenharia da Computação, Ciências Atuariais e Biblioteconomia e Arquivamento. O número de vagas será o mesmo para todos. Você já sabe quantas. É uma pena que tenhamos tão poucas bibliotecas no estado.

Estamos formando estudantes em atacado. Pena é a falta de suporte do mercado de trabalho para recebê-los. Um cartaz espalhado pela UFS há algumas semanas ironizava a criação de cursos com a chamada “Ajudante de Pipoqueiro Bacharelado”. Felizmente carrinhos de pipocas temos muitos.

IV Festival Nacional de Fotografia

Por Michel Oliveira

Agosto é considerado na cultura popular como o mês do cachorro louco. Foi o mês da morte de Getúlio Vargas. Para as religiões de origem africana é o mês de Obaluaiê e de Oxumaré. No catolicismo se comemora, em agosto, o dia de Nossa Senhora da Assunção. É o mês dos pais, dos estudantes e dos soldados. Na Bahia, no entanto, é o mês da fotografia.

O IV Festival Nacional de Fotografia - A Gosto da fotografia é um evento realizado na capital, Salvador, e em mais nove cidades da Bahia, durante todo o mês que vem. Na programação estão exposições, cursos e palestras. O festival realizado pela Casa da Photographia é patrocinado pelo Banco do Nordeste. Os destaques desse ano são: a exposição do alemão Titus Riedl, pesquisador e historiador; os trabalhos dos fotógrafos Anísio carvalho, Renata Voss, José Bassit, Valéria Simões, dentre outros.

Sob a curadoria do artista plástico Ayrson Heráclito, o festival quebra os padrões tradicionais e circula pelo interior, expandindo a arte fotográfica através de cursos de pinhole (fotografia artesanal feita com latas e caixas de fósforo). O organizador do A Gosto, o fotógrafo e diretor da Casa da Photographia, Marcelo Reis, afirma no site que a importância do evento é a possibilidade de reunir fotógrafos e pessoas interessadas na arte do fotografar para exibirem trabalhos inovadores e para refletirem sobre a importância da fotografia no mundo contemporâneo. “O Festival é um marco para a fotografia baiana, pois conta com a presença de novos e experientes fotógrafos de todo o país”, conta.

Confira a programação competa aqui.

A Dama Imortal


Por Fernanda Carvalho

Nesta terça-feira(22), o corpo da atriz e comediante Dercy Gonçalves foi enterrado ao som de samba e palmas no cemitério municipal de Santa Maria Madalena, Rio de Janeiro.

A atriz que faleceu no sábado (19), vítima de insuficiência respiratória provocada por uma pneumonia comunitária grave, foi enterrada em pé como queria, num mausoléu de cristal, em forma de pirâmide, que ela mesma havia mandado construir.

Com sua irreverência e descontração, Dercy conquistou os brasileiros pela alegria ousada e língua afiada. A sinceridade e forma desbocada de se expressar era-lhe tão natural quanto a sua vitalidade enérgica. Aos 101 anos a atriz esbanjava uma juventude de causar inveja à muitas adolescentes.

Dercy parecia imortal, e assim será. Ela se vai, mas sua alegria de viver fica. A imagem que será lembrada não será só a de uma mulher que adorava falar palavrões, mas a de alguém que soube viver -verdadeiramente- até o fim e que buscava "ser feliz nem que fosse na porrada", como ela própria dizia.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Jornalistas prestes a entrar em extinção

Por Diógenes de Souza

Nada mais permeia as conversas de alunos e profissionais de jornalismo do que o Recurso Extraordinário (RE) 511961, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Se julgada procedente, a decisão acabará com a obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão de jornalista. Mais do que uma grande ameaça aos profissionais, a desregulamentação representa o retrocesso ao que a imprensa brasileira pode chegar.

Enquanto aguardam o julgamento - previsto para o segundo semestre deste ano e sem direito a recurso - várias instituições ligadas a esses profissionais mobilizam a categoria, no sentido de influenciar a decisão dos ministros.

Uma das ações de maior destaque, nos últimos dias, foi a publicação de um manifesto pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj).

"É direito da sociedade receber informação apurada por profissionais com formação teórica, técnica e ética, capacitados a exercer um jornalismo que efetivamente dê visibilidade pública aos fatos, debates, versões e opiniões contemporâneas. Os brasileiros merecem um jornalista que seja, de fato e de direito, profissional, que esteja em constante aperfeiçoamento e que assuma responsabilidades no cumprimento de seu papel social", diz o documento.

Com o apoio dos sindicatos em cada estado, a Fenaj pretende intensificar a campanha. No site da instituição foi criada uma página especial onde as pessoas podem expressar sua opinião a favor do movimento, bem como ter acesso a artigos, como o de Nilson Lage, materiais informativos e modelos de mensagens para serem enviadas,via e-mail, aos 11 ministros do Supremo.

Em Sergipe circulam cartazes e abaixo-assinados com o objetivo de rejeitar o recurso. Em matéria para o Portal Infonet, o dirigente do sindicato local, George Washington, destaca a importância de mobilização: “o argumento em prol do recurso é que a obrigatoriedade do diploma ameaça as liberdades de expressão e de imprensa. Mas na verdade, a profissão regulamentada não impede que outros especialistas se expressem por meio dos veículos de comunicação, a exemplo de colunas, blogs, entre outros”, diz.

O fim da exigência do diploma vai causar impacto significativo não só na vida de estudantes e profissionais, mas sobremaneira na sociedade.

Os jornalistas vão estar entregues à boa vontade dos patrões, que passarão determinar, sob seus próprios critérios, quem é ou não repórter e quanto se deve pagar pelo trabalho realizado por estes. A imprensa enquanto instituição social não pode ser relegada à essas circunstâncias, visto ser considerada o 4º poder que nos rege.

Além desses aspectos, como ficarão as faculdades de comunicação? E aqueles que têm como sonho, ou ideal, formar-se jornalista na mais romântica - ou como queiram - visão que se tem da carreira? De que servirá tudo o que foi feito e conseguido, na história brasileira, pela liberdade de expressão? As respostas são urgentes, da mesma forma que a decisão favorável aos jornalistas também é.

domingo, 20 de julho de 2008

A “Nova” Gnomonia: em que você se encaixa?

Por Natália Vasconcellos

Neste mês de julho, entre os dias 2 e 6, aconteceu a FLIP 2008 (Festa Literária Internacional de Paraty), onde o jornalista e biógrafo Humberto Werneck lançou O Santo Sujo – A vida de Jayme Ovalle (Ed. CosacNaify).

A biografia deste extraordinário paraense modernista é dotada de causos curiosos a cerca da vida e obra do “místico Ovalle”. Um personagem nada comum e esquecido na história e nos renomes da cultura brasileira, mas que influenciou pelo menos três gerações, segundo Vinícius de Moraes – seu grande admirador e seguidor da “nova filosofia do conhecimento do universo”, a Nova Gnomonia.

Além de Vinícius, tinha como amigos e grandes influenciados pelo mesmo pensamento nomes como os de Manuel Bandeira – que registrou a Nova Gnomonia em crônica do seu livro
Crônicas da província do Brasil (1937) –, Otto Lara Rezende, Augusto Frederico Schmidt, Sérgio Buarque de Holanda, Villa-Lobos, Gilberto Freyre, Fernando Sabino, Di Cavalcanti e Carlos Drummond de Andrade.

A Nova Gnomonia, classificação dos tipos humanos em 5 categorias, se tornou uma febre entre as conversas dos intelectuais na época e sucessores. Filosofia que se define, basicamente, assim, denominada cada categoria por um ‘anjo padroeiro’:

Exército do Pará
Werneck: “O tal do Exército do Pará, explicou Ovalle ao poeta (Bandeira), era formado por ‘esses homenzinhos terríveis que vêm do Norte para vencer na capital da República’ (...) a categoria é território de sujeitos ‘habilíssimos, audaciosos, dinâmicos’ que visam, ‘primeiro que tudo, o sucesso material, ou a glória literária, ou o domínio político’”.

Dantas (anjo: o diplomata San Thiago Dantas)
Bandeira: “homens de ânimo puro, nobres e desprendidos, indiferentes ao sucesso na vida, cordatos e modestos, ainda quando tenham consciência do próprio valor”. Exemplos: o Barão de Itararé e São Francisco de Assis.

Kernianos (anjo: o jornalista Ari Kerner Veiga de Castro)
"Indivíduos de bom coração”, explica Bandeira, “capazes de grandes sacrifícios pelos outros, deixam-se no entanto arrastar às vezes à prática dos atos mais condenáveis, não por maldade, mas por um impulso irresistível de cólera”. Kernianos: D. Pedro I e o poeta Byron.

Morzalescos (anjo: o escritor cearense Francisco Mozart do Rego Monteiro)
Bandeira: “São pessoas que se exprimem ou obram de molde a fornecer aos que os observam uma impressão de coisas consideráveis, ao que todavia não corresponde o conteúdo de suas palavras ou de suas ações”.

Onésimos (anjo: o advogado Onésimo Coelho)
“ O drama íntimo dos onésimos é não sentirem entusiasmo por nada, não encontrarem nunca uma finalidade na vida”. Em situações de responsabilidade, porém, atuam “com o mais inflexível senso de dever”. São onésimos Gilberto Freyre e Heine.

*A Gnomonia admite a transição de uma categoria para outra, porém com traumas.

A coisa mais Dantas: a primeira lua nova quando fica pertinho de Vênus.
A coisa mais Pará: aliança de diamantes.
A coisa mais Mozarleca: Dom Pedro II.
A coisa mais Kerniana: pintinhos saindo do ovo.
A coisa mais Onésima: um árabe num elevador.

E então, em qual você se encaixa?!

BlogCamp SE

Por Jovaldo Júnior

No final do mês de Julho, nos dias 25, 26 e 27, ocorrerá o BlogCamp SE. O evento, que reúne blogueiros de cantos diversos do país, terá como objetivo a discussão de temas relevantes para o desenvolvimento do universo de blogs sergipanos e brasileiros. Alguns dos assuntos que serão abordados: blogs e a formação de opinião, marketing em blogs, produtividade, jornalismo blogueiro, regionalização, responsabilidade civil e criminal, ética, remuneração, mídias sociais, e muito mais.

As reuniões acontecerão na Orla da Atalaia e na FANESE do Shopping Riomar, de forma bastante informal, sendo que são os próprios participantes que decidirão a grade de discussões, no sistema chamado de “desconferência”, com bate-papos ou mesmo apresentações sendo feitas sempre de forma aberta, colaborativa e democrática.

O público alvo do evento são blogueiros, estudantes, professores, profissionais de comunicação, agências de propaganda e interessados em mídias sociais. As inscrições estão abertas a todos, podendo ser feitas no blog oficial do evento.

Antonio Carlos Lima – dono do MeuPagagaio.com e um dos organizadores do BlogCamp – me pediu para convidar a todos do blog Jornal Três para fazerem suas inscrições para participação e interação com pessoas que fazem parte dessa chamada “nova mídia”.

sábado, 19 de julho de 2008

Um ouro cada vez mais negro e flutuante

Por Erick Souza

petroleo1994-2007

imagem: forum.autohoje.com

A crise imobiliária americana e a ameaça de recessão econômica global assustam os investidores e os líderes dos países emergentes, dependentes do crescimento ianque. Mas ela não é a única preocupação dos especialistas. Algumas teses já apontam a iminência ou mesmo o acontecimento de um “Terceiro Choque” do petróleo, o “ouro negro”.

A queda de US$ 6,44 (4,4%, maior percentual dos últimos 17 anos) no preço do barril (159 litros) na última terça-feira, nos Estados Unidos serviu como fato sinalizador de que a sociedade americana e de um ponto de vista global não suportarão a flutuação incessante do preço dos combustíveis.

O valor do barril, que balançou as bases da economia brasileira e internacional ao ultrapassar a marca dos U$$ 100 em fevereiro deste ano, fechou a U$$ 138,74 nesta terça e caiu ainda mais hoje (quarta), para U$$ 134,60 (-2,98%) em Nova Iorque.

As quedas são uma resposta do mercado à declaração de Ben Bernanke, presidente do Fed (Banco Central Americano), que afirmou que a crise financeira e a alta do preço dos combustíveis estão fazendo com que os consumidores gastem menos com gasolina e afins.

Enquanto isso, o Brasil corta tributações sobre os combustíveis e a Petrobrás descobre novos poços a cada mês. A auto-suficiência de petróleo e gás é uma realidade, inclusive com a exploração em outros países da América Latina pela Petrobrás, é uma realidade visível.

Apesar de todas as evoluções, numa nova questão ainda vale o etanol brasileiro (álcool combustível), que apesar de ser uma opção renovável e menos poluente, ainda enfrenta fortes barreiras econômicas dos conglomerados e dos “petrodólares” árabes com influência européia e americana.

A busca de um combustível limpo e renovável, mas com royalties pagos ao hemisfério norte talvez seja a única alternativa para frear a crise e evitar um novo “choque global”.

Fonte principal: http://economia.uol.com.br/ultnot/efe/2008/07/15/ult1767u124257.jhtm

16/07/2008

sexta-feira, 18 de julho de 2008

A permissão do incontrolável

Por Erick Souza

imagem2 imagem: (Orkut)

O juiz da propaganda eleitoral do Recife, Paulo Torres, admitiu na última segunda-feira que o principal desafio de sua equipe é fiscalizar a campanha na internet.

Com bases legais ainda imaturas, o magistrado “permitiu” o uso de blogs e sites de relacionamentos (Orkut e outros) na campanha eleitoral para prefeito e vereadores deste ano. A proibição total seria inimaginável, já que a justiça brasileira não teria como fiscalizar e coibir uma “febre” propagandista com possíveis milhões de vozes e autores na rede.

A legislação atual não especifica qual é o limite dos candidatos da propaganda virtual. Determina apenas que eles devem criar páginas no domínio “.can.br” - autorizado pela Justiça Eleitoral - não podendo hospedá-las em outros provedores. Uma lei ultrapassada para os novos conceitos e realidade da Internet.

Além da falta de suporte da justiça para a fiscalização, os recursos da Web 2.0, que permite a multiplicidade de vozes, interação entre vários interlocutores e autores de conteúdo, dentre outros recursos, é uma realidade que, em tese, pode ajudar no fortalecimento da democracia e na participação de pessoas que antes apenas assistiam passivamente às campanhas.

Apesar do argumento de democratização, o juiz afirmou: “Eu sou liberal. Não vejo como proibir blog e Orkut. Acho antidemocrático, mas só podemos analisar caso a caso, a partir de um fato concreto”.

Democrático ou não, legal ou legal – realmente isto caberá ao judiciário analisar e decidir caso a caso, a partir de suas especificidades.

Denúncias contra qualquer arbitrariedade na condução de campanhas políticas podem ser feitas ao TRE de qualquer estado. TRE-SE: Telefone: 79 2106-8600 Fax: 79 2106-8661.

Fonte: http://jc.uol.com.br/jornal/2008/07/15/not_290476.php

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Invasão Cultural

Por Gabriel Paula

Bendita seja a Internet. Graças a Web, que conecta milhões de usuários ao redor do mundo através de computadores (agora também via celulares), é cada vez mais fácil estabelecer contato com os mais diversos conteúdos da produção humana, seja ela artística, científica ou voltada ao entretenimento. Por meio dos sites da internet, o acesso virtual à informação está promovendo uma verdadeira revolução nas sociedades. Nesse sentido, muitos desses sites difundem os principais aspectos da cultura local. Entre os endereços brasileiros o do Instituto Itaú Cultural chama a atenção.

Nele está disponível um acervo com mais de 12 mil imagens, entre fotos e pinturas de artistas brasileiros, e informações sobre a literatura, o teatro e o cinema nacional, sob a forma de pequenas biografias de artistas e escritores; verbetes trazendo conceitos; análises sobre eventos, movimentos e grupos.

Desse modo, o internauta que vive longe da sede da instituição, localizada em São Paulo, ou de grandes museus, pode facilmente saciar sua sede de conhecer mais sobre as artes e artistas brasileiros.

Com um layout sem exageros de cor ou de informação, o site se apresenta para o usuário de modo simples, oferecendo as informações necessárias para a navegação. Com o poder de um clique, a simplicidade dá lugar à riqueza do seu conteúdo. Ao passo que se explora o site, vai ficando muito difícil deixar de ir além.

Não pense que a música foi esquecida. Esta também é aclamada pelo Instituto. Há espaço para os músicos e pessoas envolvidas na sua produção e pesquisa. Links de entrevistas, áudio e vídeo compõem esta seção.

O incentivo a cultura é a forma mais expressiva de responsabilidade e comprometimento social. É, pois, inestimável para a sociedade atuações desse tipo por parte de grandes empresas, como o Itaú, e das instituições públicas. Por essas atitudes é que a geração atual, com satisfação de anfitriã, tem o privilégio de assistir relaxada, sentada à cadeira e com as mãos ao mouse, à invasão da cultura, vista nos monitores muitas vezes na própria casa.

Site: http://www.itaucultural.org.br/

Grandes especialistas e grandes questionadores


Por Thiciane Araújo



É isso mesmo, não é escola, é universidade. A idéia é fazer as crianças se interessarem por ciências e pesquisa na menos idade possível. Uma iniciativa antes inimaginável no sentido de integrar sociedade e o meio acadêmico, a universidade abre seus braços para receber um novo público. O programa é gratuito e não tem processo seletivo.

Essa história começou na Europa, implantada em 2002 pela Universidade Eberhard Karls da cidade de Tübinguen, na Alemanha e hoje está se disseminando por todo o continente. No começo eram 400 crianças, hoje, esse número aumentou para quase um milhão dos aprendizes infantis. Lá deu tão certo que eles já estão criando uma rede européia de universidades para crianças chamada Eucunet (European Children's University Network) para que todos os paises europeus possam ter acesso ao programa.

O projeto funciona mais ou menos assim: em uma determinada época do ano as universidades dão recesso aos estudantes jovens adultos e trazem estudantes de escola primária para assistirem aulas com os professores da própria instituição que ficam abertos às perguntas das crianças. Dependendo da Instituição os novos universitários chegam a fazer curso de verão na universidade, mas no mínimo permanecem uma semana assistindo aulas. O objetivo é despertar o gosto pelas ciências e dinamizar o estudo dos jovens pois, não foi só no Brasil que as crianças deixaram de se interessar pelas ciências.

Por enquanto, o Brasil ainda não adotou a iniciativa. Mas já temos projetos semelhantes como o Mão na Massa, de São Paulo com afiliadas em outros estados, que leva crianças de terceira à oitava série para a Universidade e através de atividades e brincadeiras as aproxima da pesquisa e da ciência. Não é difícil imaginar o impacto que essas ações trariam para a educação brasileira, onde o acesso a este bem é tão restrito e ao ensino superior mais ainda. Despertar o interesse dos jovens pelas ciências, a longo prazo, pode trazer algumas transformações na área da educação com as quais todos nós sonhamos. A noção de que todas as disciplinas são partes de um todo complementar e o desenvolvimento de habilidades específicas e de pesquisa são boas entradas para o mundo acadêmico, essas crianças têm grandes chances de se tornarem jovens que gostam de ciências e adultos que tomem por prioridade concluir um curso superior. É um bom começo ou seria sonhar demais?

Fontes:
http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=universidades-para-criancas-espalham-se-pela-europa&id=010175080707

INSTABILIDADE NOS CORREIOS


Por Talita Sant'Anna


O quanto você considera importante o serviço dos correios? Seus funcionários podem passar despercebidos nas ruas, sem qualquer tipo de cumprimento, às vezes são até atacados por cachorros, mas, de qualquer forma, ao chegar em casa, todos nós deparamo-nos com a devida correspondência entregue.

Por ora essa situação não se repete. Desde o primeiro dia de julho os carteiros fazem uma greve que já atinge 22 estados no país, além do Distrito Federal. O motivo? Funcionários almejam o cumprimento integral de um acordo assinado em novembro de 2007, pelo presidente da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT), Carlos Henrique Custódio e pelo ministro das comunicações, Hélio Costa, onde ficou definido: um adicional de 30% de risco para os carteiros, um aumento no percentual da participação nos lucros e ainda a implementação de um plano de carreira.

Enquanto a ECT não entra em um acordo com o Tribunal Superior do Trabalho (TST), a greve continua e, em todo o Brasil, as correspondências não entregues já se acumulam em 84 milhões de cartas e 360 mil encomendas atrasadas, segundo informações dos Correios. Esse impasse atrapalha a sociedade que, em decorrência, acaba esquecendo alguma conta dentre muitas a pagar.

AS FATURAS
O atraso ou não recebimento das contas a pagar não livra a população de saldá-las até o vencimento. Por conta da greve dos correios é sugerido que o consumidor procure o estabelecimento onde possui contas a acertar e busque outras formas de pagamentos (uma 2ª via da fatura, um boleto bancário e até mesmo utilizar-se de débito em conta), contanto que não deixe de exercer seu compromisso diante da situação indesejada.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Deixando de ser menor

No dia 13 de julho de 2008, a Lei nº 8.069 completou 18 anos de existência. A dita lei é o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).


Por Natália Vasconcellos


O ECA, promulgado em julho de1990 e vigorado em outubro do mesmo ano, nasceu de uma série de mobilizações de diversas entidades, dentro do processo de redemocratização do país, na década de 80. É considerada uma das mais completas legislações acerca dos direitos e deveres da população infanto-juvenil em todo o mundo, responsável por mudanças significativas na sociedade brasileira.

Historicamente, pode-se indiciar seu início a partir de 1987, quando ocorreu uma reunião objetivando a elaboração da emenda “Criança Prioridade Nacional”, remetida à Assembléia Nacional Constituinte. Na seqüência, em março de 1988, a criação do Fórum Nacional Permanente de Entidades Não-Governamentais de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Fórum DCA) – encontro de vários segmentos organizados pela defesa da criança e do adolescente – consolidou a luta para que o menor de 18 anos fosse reconhecido como sujeito de direitos e deveres, diante da futura condição de proteção integral. O que, dois anos mais tarde, se declara com o Estatuto.

Todavia, ainda que atingida a sua maioridade, o Estatuto necessita de algumas modificações para a sua completa implementação. É como analisa o pedagogo Antônio Carlos Gomes da Costa, um dos redatores do ECA em 1990: “Primeiro, falta compromisso ético do conjunto da sociedade com a causa. Segundo, falta vontade política da maioria dos governantes para investir em políticas públicas efetivas nessa área. Terceiro, falta competência técnica de grande número de operadores das medidas protetivas e socioeducativas”.

O primeiro e terceiro pontos que o Prof. Gomes da Costa elucida podem ser explicados pela situação de desconhecimento ou mau conhecimento do adolescente e de demais atores civis quanto à aplicação do ECA. Por exemplo, os adolescentes, principalmente, em conflito com a lei acham que estão imunes às medidas previstas. Ora constatado que cometeu um ato infracional, o adolescente pode ser apreendido e submetido a uma medida sócio-educativa, que varia da advertência, à obrigação de reparar o dano, à prestação de serviços à comunidade, à liberdade assistida, à semi-liberdade ou até a internação. Porém, a simples submissão a medidas sócio-educativas não tem resolvido as questões pertinentes a estes casos. As unidades de atendimento aos menores não estão conseguindo atuar em sintonia com o determinado na lei, por falta de estrutura física, capacitação técnica ou mesmo negligência.

É onde entra o investimento de políticas públicas efetivas. O Conanda – Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente – é parte vinculada administrativamente à Secretaria Especial de Direitos Humanos (órgão da Presidência da República). Dentre suas competências, inclui-se as de fiscalizar as ações de execução previstas no ECA e de avaliar as políticas de atendimento nos Conselhos Tutelares e de Direitos da Criança e do Adolescente, no âmbito estadual, distrital e municipal. Em se tratando de Sergipe, que possui Conselhos de direitos e tutelares em todos os seus municípios, a falta de capacitação profissional e de infra-estrutura são determinantes, de acordo com o presidente do CEDCA-SE (Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente), Thiago Oliveira. Alguns Conselhos não dispõem de carros, computadores e até telefone, dificultando o diagnóstico dos casos.

Uma das soluções à problemática pode ser o que Oliveira chama de “abraçar” o ECA: a assinatura do documento “Estatuto da Criança e do Adolescente: 18 anos, 18 Compromissos - A criança e o adolescente no centro da gestão municipal” pelos candidatos das próximas eleições a prefeito e vereador em todos os municípios brasileiros. Os que concordaram com o conjunto de propostas assumiram o compromisso de colocar em prática as sugestões, caso sejam eleitos. Além disso, também a democratização do Estatuto é um dos objetivos das entidades de defesa dos direitos infanto-juvenis.

Contudo, a maior idade do momento desta Lei tem seus motivos de comemoração. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), educação, saúde e assistência social foram os principais pontos que avançaram ao longo desses 18 anos. E, mesmo com a desestruturação dos Conselhos, constata-se a presença destes em 90% dos municípios.

Diante do parâmetro, crê-se que a data a que se refere o começo do texto está mais para um marco a partir do qual se promova uma nova tomada de consciência pública em defesa desse projeto político, ético e ideológico, do que, exatamente, festividades.

Aliás, por falar em festividades, veja a programação de solenidades em comemoração aos 18 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente, que acontecerão no Estado de Sergipe.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Crise e recorde do petróleo permeiam o mundo

Por Pablo Fontes

Nesta sexta feira, 11 de julho de 2008, o mundo mais uma vez fora surpreendido com mais um recorde do preço do barril de petróleo. Segundo a Nymex (bolsa mercantil de nova York), o preço chegou a 147,27 milhões de dólares.

O problema que venho a vos falar, caro leitor, diz respeito à crise que o mundo vem sendo subordinado, com as perspectivas de que em um futuro muito próximo, haverá o esgotamento deste recurso mineral. Setores da indústria petrolífera constantemente vêm a publico falar sobre inúmeras crises que envolvem de alguma maneira o ouro negro.

Porém, o novo problema que vem a assolar a sociedade dá-se, mais uma vez, pelos conflitos que norteiam a região do Oriente Médio, principalmente o golfo pérsico onde há o maior número de reservas deste recurso mineral. Como se sabe, é nessa parte do globo que se localizam os principais países exportadores de petróleo: os membros da Opep.

Não bastassem guerras como a do Afeganistão ou mesmo a Guerra do Golfo que conjuminaram com a morte de milhares de seres humanos, o Irã desta vez se torna palco de um novo confronto diplomático com os Estados unidos, posto que resolveu realizar novos testes com mísseis.

Outro aspecto a ser salientado se dá pelo fato de que funcionários da maior empresa brasileira extratora de petróleo - a Petrobras - resolveram paralisar seus trabalhos por pelo menos cinco dias úteis, até que seja regularizado seus salários segundo o Sindicado dos Petroleitos. A greve indubitavelmente trará conseqüências graves relacionadas à importação de petróleo como já ocorrera no Brasil em 2001.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u421450.shtml

Je Sais Que Ça Va Être Très Bon

Por Rafael Santos

"Je sais que ça va être très bon", ou, em bom português, "eu sei que isso vai ser muito bom". É com essa frase que a banda 3 Na Massa inicia o seu primeiro disco, Na Confraria Das Sedutoras, lançado em 2008 pela Deck Disk. O trio apresenta em sua formação Ricardo Amabis do núcleo Instituto e dois integrantes do Nação Zumbi: Dengue, responsável pelas quatro cordas e Pupilo, dono das baquetas. No CD de estréia da banda, no entanto, os três preparam apenas a massa musical do som, deixando as composições líricas de cada música sob a responsabilidade de um homem, enquanto um poderoso - mas desconhecido - time feminino é encarregado de dar voz às palavras.

Nomes como Rodrigo Amarante (Los Hermanos), Jorge DuPeixe (Nação Zumbi) e Lirinha (Cordel do Fogo Encantado) assinam as letras de Na Confraria Das Sedutoras, enquanto que, na equipe feminina, podemos ouvir as vozes de Céu, Thalma de Freitas, Pitty, Leandra Leal, entre outras. O conceito do disco, portanto, são letras escritas por homens se colocando em papéis femininos, tratando de relacionamentos, sexo e sedução, sob o aspecto do universo da mulher, mas visto e imaginado através de olhos masculinos.

Certeza, primeira canção do disco, apresenta um ritmo jazzístico demarcado pelo baixo, acompanhada por percussões de fundo e um teclado, além da voz doce e sensual da atriz Leandra Leal que, na música, canta em francês. A faixa muda e o erotismo de Certeza dá lugar ao swing de Thalma de Freitas cantando O Seu Lugar. A música é um sambão daqueles que poderiam ser facilmente cantado em voz uníssono em um barzinho nas esquinas de Copacabana. Já podemos perceber nessa faixa a presença de programações eletrônicas que se farão audíveis no restante do disco. A letra, que diz "você não vai se perder, eu vou lhe achar", foi escrita pelo vocalista do Nação Zumbi, Jorge DuPeixe. Doce Guia é a música seguinte, com uma batida eletrônica somada a barulhos distorcidos simulando uma guitarra em efeito wah-wah. As percussões já não são ouvidas e o som adentra numa atmosfera introspectiva, acompanhada pela voz da já conhecida cantora Céu. É a mais experimental do disco.

O disco segue e, na quarta faixa, Tatuí, ouvimos a atriz Karina Carvalho dando voz às palavras escritas por Rodrigo Amarante, seu marido. O ritmo da música é delicioso e, aos poucos, toma conta da alma do ouvinte. Não à toa foi escolhida para se tornar o primeiro vídeo clipe da banda. A guitarra hawaiana dança junto com o baixo que, com uma fraseado fixo, percorre toda a música. Estrondo começa e nos remete ao lado cool e sofisticado do jazz. O vocal fica sob responsabilidade da cantora Geanino, mostrando uma voz poderosíssima, a qual torna a introdução da faixa uma espécie de alerta: "Entrei, como um estrondo eu entrei". A letra é uma das melhores do disco: "Faz tudo como se fosse a última vez. Faz, porque hoje eu vou-me embora".

Lágrimas Pretas
, entoada pela voz da Pitty e escrita pelo vocalista do Cordel do Fogo Encantado, Lirinha, é a mais dub/reggae de Na Confraria das Sedutoras. "Não fique assustado", começa Pitty, sussurrando. O disco segue e Pecadora muda o universo do disco, transformando-o em um ambiente apocalíptico e pesado, enquanto que O Objeto, escrita por Rodrigo Campello, traz de volta o experimentalismo encontrado explicitamente na segunda faixa.

Quente Como Asfalto, possui uma sonoridade mais linear e digerível. A voz delicada - mas provocativa - de Cyz encaixa-se muito bem com o ritmo musical dos 3 Na Massa. Segue-se as músicas e Morada Boa é quase uma homenagem ao samba raiz, homenagem essa cantada por Nina Miranda. Um dos muitos pontos altos do CD. Na faixa seguinte, Karine Falcão, com uma belíssima voz, em tom imperativo sussurra os versos de Certa Noite sob um fundo musical em ritmo latino: "Hoje, você me deixou. Quer dizer, hoje você me deixou de novo. Depois a gente volta, sempre voltou".

Sem Fôlego
, décima segunda faixa, apresenta uma levada de bateria bastante interessante, além de Lurdes da Luz cantando versos de rap e os vibrafones - que ficaram sob a responsabilidade do baterista do Hurtmold, Maurício Takara. Com Tarde Demais, as faixas do disco se encerram, mas as melodias, a atmosfera erótica e sensual, as bem escritas letras e as belas vozes femininas permanecem na cabeça. Por um bom tempo.

Para ouvir algumas músicas do disco, clique aqui.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Despreparo ou falta de atenção?


Por Pablo Fontes
Asfalto molhado, trânsito parcialmente calmo, sirenes são ouvidas sobre várias localidades da cidade. Vem a polícia!
Madrugada de domingo do dia 6 de julho de 2008, Rio de janeiro, uma família na volta para sua residência na Rua General Espírito Santo Cardoso na tijuca zona norte do rio é surpreendida por uma viatura da polícia militar.
A mãe de família Alessandra Amorim, com único intuito de ajudar a policia, encosta seu veículo permitindo uma melhor passagem para a viatura.
Contudo, esta mesma mãe nunca imaginaria que aquele seria o último momento que ela teria com um dos seus dois filhos que estavam no carro junto com ela, o garoto de três anos de idade João Roberto Amorim acabara de ser baleado com dois tiros um sobre a coluna e outra em direção a cabeça.
Segundo relatos da policia, o cabo Willian de Paula e o soldado Elias Gonçalves confundiram o veículo da família com o dos traficantes, um verdadeiro disparate, uma falta de preparo da segurança pública mais uma vez norteia a cidade maravilhosa.
Segundo o jornal Folha de São Paulo, Hoje, quarta feira do dia 9 de julho de 2008 a justiça decretou a prisão temporária dos PMS que estavam envolvidos até então, colocados presos administrativamente até esta quarta, porém, segundo uma liminar da justiça através do juiz Ricardo Rocha eles serão transferidos para o batalhão da PM em São Cristóvão na zona norte até que sejam feitos os transmites de investigação e o processo de jurisdição.




O eterno transgressor está de volta


Por Janaina de Oliveira
Em dezembro de 2007, Ney Matogrosso começou a rodar o Brasil com um novo show, denominado Inclassificáveis, que foi um dos seus espetáculos mais comentados em 35 anos de carreira. Com visual impactante que dialoga tanto com fãs antigos quanto com a nova geração fã de pop, rock nacional e samba tradicional, Ney traz de volta sua origem performática e vem acompanhado de uma banda, fato que não ocorria desde 1974, com o fim de Secos & Molhados.
No show o cantor passeia por um repertório marcante que vai de Cazuza, com músicas como “O tempo não pára” e “Pro dia nascer feliz”, a Arnaldo Antunes, com “Inclassificáveis” música que dá nome ao espetáculo, de Caetano Veloso, com “Divino e maravilhoso”, a Los Hermanos, com “Veja bem, meu bem” um híbrido exato de bolero e rock, com guitarras e acordeon. A aproximação com o pop rock faz com que Ney consiga dialogar com esferas mais recentes da música brasileira. E, fazendo jus ao nome do show, revela que rotular seu trabalho continua sendo um desafio.
Com o novo show fica bem claro que o lema de Ney é a sua liberdade pessoal e a valorização da individualidade. Matogrosso sempre manteve uma postura anárquica nos palcos desde o início de sua carreira e agora, o retorno ao rock foi inevitável, “mesmo quando canto samba, há algo que eu me atreveria a dizer que é rock, um desrespeito à convenção, por mais que eu respeite a tradição, a harmonia e a melodia. É algo que faz parte do meu ser” comenta.
Olhando para Ney no palco com pose de rei, voz e olhar intensos, posturas e gestos ousados, vemos que para o cantor o tempo não estacionou, mas foi com ele generoso. Aos 66 anos, exibe uma forma invejável, que se salienta a cada coreografia sensual e cheia de energia. Olhando para ele vemos o eterno transgressor, confesso e indignado, com a situação atual da individualidade das pessoas dentro de uma sociedade opressora, “mostro às pessoas que é possível existir de uma maneira diferente de 99% da população, que um pensamento diferente pode se manifestar no mundo. Então gostaria de influenciar as pessoas nesse sentido: sejam, vivam, existam plenamente, sem se submeter a critérios pré-estabelecidos”, comenta em entrevista a UOL e é exatamente isso que o público deve conferir em seu novo show. Ney Matogrosso está de volta.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Tire os livros da estante e espalhe-os pelo mundo

Por Marianne Heinisch

Imagine-se num bar ou num café, sentando confortavelmente na cadeira. Você percebe que um livro foi deixado sobre a mesa, provavelmente esquecido. Entre as páginas há um bilhete, explicando o vínculo da obra a uma corrente do tipo "leia e passe adiante".

Essa é a idéia do americano Ron Hornbaker: ele criou o site BookCrossing (troca de livros, em inglês), que promove “transformar o mundo todo numa biblioteca e dividir o prazer literário”.

É bem simples: você cadastra um livro no site, coloca um bilhete esclarecedor e um “número de identificação” na contra-capa e o solta em qualquer lugar público. Quem o encontrar é instruído a registrá-lo no site dizendo onde e quando o livro foi encontrado. Através do número de identificação, é possível acompanhar pela internet o trajeto da obra ao longo do tempo.

O Brasil tem 135 livros “soltos na natureza”, ou seja, que foram deixados em local público e ainda não foram encontrados ou registrados. Número irrelevante ao lado dos 15 mil e 46 livros espalhados pelos aeroportos, correios, ônibus, navios, portos, trens e metrôs dos Estados Unidos. Lá o movimento é tão popular que muitos garçons não recolhem mais os livros deixados nas mesas dos cafés; eles já sabem que isso faz parte do bookcrossing.

Há 662.463 pessoas de 130 países - como Iraque, Egito, Grécia, África do Sul e Dinamarca – cadastradas, e 4.688.540 livros registrados no site. O termo bookcrossing foi também incluído no Concise Oxford English Dictionary como uma nova palavra, e é definido como: prática de deixar um livro em local público para ser pego e lido por outras pessoas, que, então, fazem a mesma coisa.

Zonas oficiais de troca de livros (official bookcrossing zone - OBCZ) no Brasil:

São Paulo: Bar e Restaurante Central das Artes

Rio de Janeiro: Lunático Café e Cultura

Vale a pena dar uma conferida no bookcrossing.com

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Com vocês: Rian Santos

Por Lucas Silva


“(...) e um deles chama a atenção pelo texto traçado como um ponto de bordado, trabalhado na linguagem como uma jóia de ourives, que assina Rian Santos”. Luiz Antônio Barreto, in A epopéia dos 200 anos de imprensa (V)



Na seção “Sobre o blog” encontra-se a constatação: melancolia e destruição com charutos. Spleen e Charutos é o nome dado por Rian Santos ao seu blog. Ele, que também é colunista dominical do Jornal do Dia, escreve o modo como vê a vida - com uma mescla de política, muitos escarros sobre o cotidiano e uma enxurrada de frases metafóricas que possibilitam aos leitores apreciar uma literatura não típica em nossa imprensa.

Seus textos caracterizam-se pela forma áspera de descrever a realidade estonteante que o cerca, principalmente a realidade política. Não mede palavras para dizer o que pensa; embora as escolha de forma deliberadamente acertada.

Ler seus artigos é como tentar penetrar num universo denso de representações do cotidiano sob a perspectiva de alguém nada otimista.

Uma literatura que infelizmente permanece escondida. Ou pouco conhecida. Talvez para o escritor Rian isto pouco importe, mas para aqueles que assim como eu, gostam de apreciar boas leituras, não seria demasiado a indicação e sugestão de leitura. Fica um trecho como ilustração:


(...) Educado naquele ambiente besta, eu tinha tudo para me tornar um completo
idiota, mas o professor de redação tinha que me emprestar uns livros de Kafka!
Por me obrigar assim tão cedo à lucidez, nunca o perdoarei. Ele teve juízo.
Antes de cismar em publicar seus artigos aqui no Jornal do Dia, se dedicou ao
magistério e construiu uma casa, talvez tenha plantado uma árvore, exerceu sua
vocação de macho fazendo um filho. Eu não tenho direito a nada disso. Com o piso
de jornalista que ganho por esses escritos, mal alimento minha fome. Mas não
tarda o momento de minha despedida, até nunca mais.


Vou-me embora pra Pasárgada, algum boteco fedido numa viela esquisita. Lá, me tornarei amigo do
rei.


Leia na íntegra aqui.

De ‘Meca da tuberculose’ a ‘Suíça brasileira’


Por Lillian Costa

Na cidade de Campos do Jordão, fundada em 1870, seus primeiros habitantes começaram a espalhar que, chegando lá, a pessoa podia se curar da tuberculose.
A cidade virou, então, a “Meca da tuberculose” – relatou o historiador Pedro Paulo Filho, filho da cidade, que já escreveu mais de sete livros sobre Campos do Jordão.

Entre os doentes que recorreram à “cura” da cidade, estava o escritor Nelson Rodrigues - que também tinha tuberculos.

Na década de 30, para acabar com o aspecto doentio da cidade, foram criados doze sanatórios que lotaram com os doentes tuberculosos. Mas, mesmo com a urbanização, a cidade teve um crescimento lento devido ao preconceito.

A cidade prosperou e quase não há sanatórios. Bons vinhos, boa comida, charme e um clima atraente, fazem de Campos do Jordão a cidade mais procurada do país na estação.

A Suíça brasileira é única, seja pela natureza privilegiada, seja pelo glamour.

A história do preto



Por Larissa Ferreira

Até os anos 20, as jovens eram proibidas de usar preto. E as senhoras, apenas o usavam em períodos de luto. Aclamado desde o seu “nascimento”, em 1926, - época em que a “Vogue” lançou uma publicação com um modelo criado por Channel - o preto se tornou um coringa no guarda-roupa. Além de ser considerado como a cor do pecado e do sobrenatural, do ascetismo, do luto e dos góticos.

Durante a década de 30, entre a quebra da bolsa de Nova York e a 2ª Guerra Mundial, o preto começou a ganhar espaço. Principalmente pelo fato das mulheres começaram a trabalhar fora de casa; o que exigiu roupas mais sóbrias e sérias.

No ano em que o estilista francês Christian Dior lançou seu new look (em 1947), o preto se transformou em um novo estilo de roupa. Mas, a partir da década de 60, tornou-se realmente famoso; ainda mais depois de um “pretinho básico” chique, usado por Jacqueline Kennedy, ou um elegante e feminino, usado por Audrey Hepburn, no filme "Bonequinha de Luxo", de 1961.

Peça fundamental em ambientes dramáticos representou muito bem “Hamlet e Horácio”, as femme fatale, os romances góticos e os filmes noirs.

Encontrado nos modelos dos melhores (e piores) estilistas, o preto é, pelo menos para Christian Lacroix, “o início de tudo, o ponto de partida, a silhueta, o recipiente – e depois o conteúdo”.

Depois de toda a psicodelia dos anos 70, o “pretinho básico” disputou poder com os homens durante os anos 80. E, em seguida, durante os anos 90, deixou de ser tão básico assim. Novos tecidos e novos modelos (do mais simples ao mais sofisticado), contribuíram para o preto se tornar o grande clássico.

Sensual e sóbrio. Chique e ousado. Jovial e modesto. Perfeito, misterioso e ardente. E assim como a noite, irresistível.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

O dia da queda de Ziggy Stardust

Por Ricardo Gomes

Hammersmith Odeon, Londres, 3 de julho de 1973. Após oportunamente executar a dramática Rock 'n' Roll Suicide, David Bowie - cabelos vermelhos, traje pouco usual, aparência sexualmente difusa -, decreta a morte de uma das figuras mais representativas do cenário glam da época. Ziggy Stardust encontrara o seu fim naquela noite.

Na prática, a vida de Stardust foi curta: nasceu depois do ótimo e elegante Hunky Dory, no álbum conceitual The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars, em 1972, tendo presenciado ainda o lançamento de Aladdin Sane, de 1973. Mas a história do curioso alter-ego extrapola o período de existência que lhe foi dado. Inspirado na trajetória de promiscuidade e destruição via drogas do cantor inglês Vince Taylor, o rockstar marciano que vem salvar uma Terra dominada pela banalidade e condenada à destruição em cinco anos tornou-se uma das "encarnações" mais emblemáticas da carreira de Bowie - e até hoje se conserva célebre. No vídeo abaixo, um naco da performance e da atmosfera delirantes criadas pelo homem-camaleão com a banda Spiders from Mars, retirado do filme feito a partir do fatídico concerto em que ele tira o seu personagem de cena, há precisamente 35 anos.

Atentado inusitado em Jerusalém

Por Pedro Ivo

Como você reagiria se, ao passar por uma rua com um canteiro de obras, visse uma retro escavadeira correndo em sua direção e destruindo tudo o que houvesse à frente? Foi exatamente isso que ocorreu ontem em Jerusalém.

Um palestino, morador da parte oriental da cidade, atingiu um ônibus, levantou e arremessou carros por centenas de metros - sendo que em um deles, um bebê foi salvo ao ser arremessado para fora pela mãe – e deixou três mortos e 45 feridos. O homem só parou após ser baleado e morto à queima-roupa por um policial a paisana que estava no local.

Não se sabe ainda se foi um atentado. Uma fonte da polícia falou sobre um "ataque espontâneo"; que o grupo Hamas chamou de "uma reação à ocupação israelense nos territórios palestinos". Outras facções teriam assumido o ataque, porém não confirmaram nada.

Fonte: G1

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Viva o lado coca dos Andes


Por Larissa Ferreira


Qual a primeira coisa que você pensa ao escutar a palavra coca?

Os evangelizadores que chegaram em Lima entre 1551 e 1772 classificaram a coca como um produto do demônio; principalmente por seus efeitos energéticos. Para os capitalistas, isso remete ao famoso “suco preto”. Os puritanos diriam que é uma “coisa ruim”, ilegal. Mas, para os povos andinos, a coca, consumida há milênios, faz parte de uma cultura.

Em 1858, as propriedades anestésicas e analgésicas da coca, levaram-na ao ápice da medicina com a descoberta da cocaína (que representa menos de 1% dos quatorze alcalóides que se pode extrair da folha de coca). Por isso, até 1923, época em que o bioquímico Richard Willstatter criou a molécula sintética, a cocaína foi largamente usada como anestésico em cirurgias oftalmológicas e no tratamento de doenças como a tuberculose ou a asma. Depois disso, passou a ser considerada como a causa da dependência de milhões de consumidores em todo o mundo.

Numa investigação realizada pela ONU, em 1959, do Peru à Bolívia, foi concluído que a mastigação de coca provocava “má-nutrição e efeitos indesejáveis de caráter intelectual e mental”. Também foi apontada como a responsável pelos índices de pobreza no subcontinente, pois acreditavam que o seu consumo diminuía o rendimento de trabalho.

Os Estados Unidos, o maior consumidor de cocaína do mundo, em 1961 intensificou a campanha contra a Erythroxylum coca. A produção, industrialização e comercialização passaram a ser proibidas. No entanto, ironicamente, a indústria farmacêutica americana e a Coca-Cola, fugiram à regra.

Ao contrário de toda essa baboseira conservadora, a coca possui propriedades alimentares e farmacêuticas reconhecidas em vários estudos científicos. Segundo o diretor do Instituto de Cultura Alimentar Andina do Peru, Dr. Ciro Hurtado Fuentes, sob a forma de farinha, a coca é capaz de combater a fome que ainda afeta 52,4 milhões de pessoas no subcontinente americano. Na pesquisa realizada pelo Centro de Pesquisa e Técnica Ultra-Mar (ORSTOM), da França, foi comprovado que a coca permite “uma vida nas alturas”, pois estimula a oxigenação, impede a coagulação do sangue e regula o metabolismo da glucose.

Na década de 90, o programa “Cocaína OMS/UNICRI” trouxe um lampejo de conscientização. Mas, o representante dos EUA na 48º Assembléia Mundial da Saúde, Neil Boyer, tratou de condenar o estudo como “uma defesa da cocaína por argumentar que a utilização da coca não produzia danos perceptíveis sobre a saúde física ou mental”.

Falsos moralismos à parte, é inevitável lembrar que, apesar de associada a efeitos nocivos, a coca continua a fazer parte da cultura de um povo deveras massacrado.

· Para ver a matéria completa clique aqui.

Quem é mesmo evoluído?

Por Pedro Alves

“Instinto de sobrevivência todo mundo tem, mas só alguns têm coragem de matar. Chegou a hora dessa turma morrer”. Essa foi a mensagem encontrada no bilhete deixado pelos autores dos disparos contra duas casas de indígenas do povo Guajajara - que vive próximo ao município de Arame, no Maranhão - na sexta-feira, 27.

Ainda tem mais meu caro, junto com o bilhete havia uma lista com os nomes de outros seis indígenas Guajajara a serem executados.

Esse ataque dos “exterminadores de índios” não foi o primeiro. No dia 5 de maio uma garotinha indígena foi assassinada com um tiro na cabeça. No dia 23, do mesmo mês, um casal de índios foi baleado por dois homens numa moto. O que se vê é uma nova campanha: Exterminando todo e qualquer povo “primitivo” (assim os evoluídos chamam os índios).

Há algum tempo saiu nas capas de jornais o caso do índio que foi queimado por jovens de classe-média enquanto dormia no ponto de ônibus. Alegaram, os cabeças-de-vento, que o ato só ocorreu por que achavam que não era um índio e sim um mendigo. Argumento plausível, não é mesmo?

Agora a desculpa para esse ataque são as questões econômicas que envolvem a terra e a exploração de madeira. Mas é claro! Os índios estão atrapalhando as grandes indústrias e latifúndios do progresso. Quase acreditei nos meus amigos burgueses evoluídos e racionais, quase.

A questão é: Quem aqui sabe o que é ser evoluído e racional? Ser evoluído é aceitar que seu patrão explore você todos os dias pedindo mais lucro até você cair duro no chão? Ser racional é ver seus semelhantes nas ruas jogados com fome, sem moradia, sem dignidade, sem paz? Ser racional é ser trabalhador e mesmo assim ter mais afinidade com o patrão do que com outro trabalhador? Ser racional é acreditar na idéia de que mantemos uma relação de troca com a natureza, o que na verdade não é, o que temos é uma relação de uso e abuso? Ser evoluído e racional é saber de todas essas ladainhas que falei, saber que tem gente roubando nossos direitos, nossas terras, nossa paz, nosso bem-estar e mesmo assim não fazer nada? Nem sequer um ataquezinho terrorista contra os que roubam nossos direitos? Alguém aqui realmente sabe o que é ser evoluído e racional?

Meu desejo é que, para cada índio assassinado, fosse retirado da sociedade um costume indígena. Morreu um índio, morreu as redes de descanso. Morreu outro índio, morreu as sandálias. Morreu mais um índio, morreu o artesanato. Morreu todos os índios, que morra toda a sociedade!

Confiram a matéria na íntegra em: http://www.correiocidadania.com.br/content/view/2009/

Orkut ajudará na busca por pedófilos


Por Lillian Costa

O representante do Google no país, Alexandre Hohagen, firmou compromisso com o MP ( Ministério Público) para a colaboração de dados dos pedófilos usuários do Orkut – o site de relacionamentos é o mais acessado do país.

O Ministério Público de São Paulo já havia feito várias notificações sobre o crime no Orkut, mas o Google insistia que por ser Americana, não deveria responder a legislação brasileira. A partir de agora, o site deve colaborar e o descumprimento acarretará multa de R$ 25 mil.

Como afirmou o senador Demóstenes Torres, relator da CPI da Pedofilia: “ Prevaleceu o bom-senso”.

A nós jornalistas!


Por: Monique de Sá


De acordo com a Sociedade Inter-Americana de Imprensa (SIP), o México tornou-se, nos últimos anos, o país mais perigoso para jornalistas. Segundo o relatório divulgado pelo site da SIP: “O saldo dos últimos seis meses mostra que não houve nenhuma mudança positiva no nível de violência e intimidação contra os jornalistas e meios de comunicação”.

Exemplos como Alfredo Jiménez Mota (repórter do El Imparcial de Sonora, desaparecido desde 2005) funde-se com outros casos de violência contra jornalistas mexicanos, entre eles: Gerardo Israel García (assassinado com 20 tiros), Cecilia Vargas Simon (que em janeiro deste ano recebeu ameaças de morte).

É lamentável que em pleno século XXI passemos por uma falta de liberdade de expressão. Algo que durante anos foi motivo de lutas, hoje temos que nos calar para sobreviver.


Não só no México...

Há alguns meses, aqui no Brasil, uma equipe de jornalistas do jornal: “O Dia”, foi capturada e torturada por uma milícia na favela do Batan, Zona Oeste do Rio. De acordo com o jornal a equipe foi submetida a socos, pontapés e choques elétricos. O caso está sendo investigado, atualmente está preso Davi Liberato de Araújo, e a polícia está à procura do chefe da milícia: Odnei Fernando.

Como futuros jornalistas resta a nós lutar pela almejada liberdade de expressão, não se calar, denunciar e atuar na área. Pesquisar a verdade dos fatos e divulgá-los. Não se trata de utopia, e sim de cumprir a função social que esta profissão prega.



terça-feira, 1 de julho de 2008

Pop sim, mas com algo mais.


Por Pedro Ivo

Pode-se definir o disco de Sara Bareilles ("Little Voice", lançado em 2007 pela Epic) como pop. Mas, como é costume, diga-se de passagem, não se deve crucificá-lo por ser desse estilo. O disco é pop, mas um pop bem-elaborado. Algo que, convenhamos, está escasso hoje em dia.

Este não é o primeiro disco da cantora (em 2003 ela lançou "Careful Confessions", seu primeiro trabalho), no entanto é o que lançou sua carreira.

Além dos vocais, no disco Sara também toca piano. E é justamente o instrumental que em alguns momentos diferencia esse disco. Há faixas com grande influência de Jazz, como em "Morningside", onde a batida forte do piano, aliada à voz melódica e ritmada de Sara dão o tom da música. Ou na suave "Vegas", onde o tom mais lento do instrumental lembra muito músicas de Jazz mais antigas, com uma letra que tematiza o desprendimento de várias coisas em busca de novos objetivos.

Além das influências do Jazz, há várias faixas com um ritmo próprio, mostrando um bom entrosamento de toda a banda que a acompanha, como no single "Love Song" (que, ironicamente, não fala de amor de forma batida como o nome leva a crer), ou em "Bottle it Up" e "Come Round Soon".

Algumas das letras são baladas, mas outras têm um tom reflexivo, autobiográfico ou um pouco triste, como em "City", que fala da vida solitária de uma cantora na cidade grande.

Há uma canção que cai um pouco na mesmice do pop atual, que é "One Sweet Love". Mas, frente à qualidade que o disco mostra, não dá para condená-lo só por essa faixa.

Seja para embalar um romance a dois, ou para se escutar num fim de tarde, “Little Voice” é um disco que mostra como o pop pode ter grande qualidade e variedade sonora.