quarta-feira, 16 de julho de 2008

Grandes especialistas e grandes questionadores


Por Thiciane Araújo



É isso mesmo, não é escola, é universidade. A idéia é fazer as crianças se interessarem por ciências e pesquisa na menos idade possível. Uma iniciativa antes inimaginável no sentido de integrar sociedade e o meio acadêmico, a universidade abre seus braços para receber um novo público. O programa é gratuito e não tem processo seletivo.

Essa história começou na Europa, implantada em 2002 pela Universidade Eberhard Karls da cidade de Tübinguen, na Alemanha e hoje está se disseminando por todo o continente. No começo eram 400 crianças, hoje, esse número aumentou para quase um milhão dos aprendizes infantis. Lá deu tão certo que eles já estão criando uma rede européia de universidades para crianças chamada Eucunet (European Children's University Network) para que todos os paises europeus possam ter acesso ao programa.

O projeto funciona mais ou menos assim: em uma determinada época do ano as universidades dão recesso aos estudantes jovens adultos e trazem estudantes de escola primária para assistirem aulas com os professores da própria instituição que ficam abertos às perguntas das crianças. Dependendo da Instituição os novos universitários chegam a fazer curso de verão na universidade, mas no mínimo permanecem uma semana assistindo aulas. O objetivo é despertar o gosto pelas ciências e dinamizar o estudo dos jovens pois, não foi só no Brasil que as crianças deixaram de se interessar pelas ciências.

Por enquanto, o Brasil ainda não adotou a iniciativa. Mas já temos projetos semelhantes como o Mão na Massa, de São Paulo com afiliadas em outros estados, que leva crianças de terceira à oitava série para a Universidade e através de atividades e brincadeiras as aproxima da pesquisa e da ciência. Não é difícil imaginar o impacto que essas ações trariam para a educação brasileira, onde o acesso a este bem é tão restrito e ao ensino superior mais ainda. Despertar o interesse dos jovens pelas ciências, a longo prazo, pode trazer algumas transformações na área da educação com as quais todos nós sonhamos. A noção de que todas as disciplinas são partes de um todo complementar e o desenvolvimento de habilidades específicas e de pesquisa são boas entradas para o mundo acadêmico, essas crianças têm grandes chances de se tornarem jovens que gostam de ciências e adultos que tomem por prioridade concluir um curso superior. É um bom começo ou seria sonhar demais?

Fontes:
http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=universidades-para-criancas-espalham-se-pela-europa&id=010175080707

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